quarta-feira, 25 de julho de 2012

Homens!

Ando um pouco melhor!

Hoje até me diverti. O meu marido teve de ir ao dentista arrancar um dente do siso que nasceu de lado e começou a deixar-lhe a boca ferida.
Ia cheio de medo, mas medo a valer. Homens!

Pediu-me para ir com ele porque podia não conseguir conduzir para casa. Perguntei-lhe se ele não conduzia só com as mãos e os pés, mas ao que parece os dentes tem alguma influencia...Já no consultório pediu-me para entrar porque se podia sentir mal, e lá fui eu como se ele fosse um filhote pequeno. Mas correu bem e até foi capaz de conduzir no regresso...
Não sei se os vossos homens são assim, o meu tem pavor de tudo o que envolve médicos, dentistas, hospitais. Assistiu ao nascimento dos três filhos, embora no primeiro afirmasse sempre que era incapaz de assistir. Já estava eu em trabalho de parto e entra ele todo vestido de verde com touca na cabeça e assistiu a tudo. No entanto passados poucos minutos de estar ao pé de mim disse que não se estava a sentir muito bem...A médica disse-lhe:  -Se não se sente bem sente-se aí no chão que primeiro temos de assistir a sua esposa.
Mas o homem aguentou! Depois os outros dois já foram "canja" ( para ele, para mim não tanto)!

Sempre que ele tem gripe e está a "agonizar" na cama, consigo deixa-lo ainda mais doente porque lhe leio um poema de António  Lobo Antunes que o deixa furioso, e a mim divertidissima : 



Sátira aos homens quando estão com gripe

Pachos na testa, terço na mão
Uma botija, chá de limão
Zaragatoas, vinho com mel
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher
Ai Lurdes, Lurdes, que vou morrer
Mede-me a febre, olha-me a goela
Cala os miúdos, fecha a janela
Não quero canja, nem a salada
Ai Lurdes, Lurdes, não vales nada
Se tu sonhasses, como me sinto
Já vejo a morte, nunca te minto
Já vejo o inferno, chamas diabos
Anjos estranhos, cornos e rabos
Vejo os demónios, nas suas danças
Tigres sem listras, bodes de tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai Lurdes, Lurdes, que foi aquilo!
Não é a chuva, no meu postigo
Ai Lurdes, Lurdes, fica comigo
Não é o vento, a cirandar
Nem são as vozes, que vêm do mar
Não é o pingo de uma torneira
Põe-me a santinha, à cabeceira
Compõe-me a colcha, fala ao prior
Pousa o Jesus, no cobertor
Chama o doutor, passa a chamada
Ai Lurdes, Lurdes, nem dás por nada
Faz-me tisanas, e pão-de-ló
Não te levantes, que fico só
Aqui sozinho a apodrecer
Ai Lurdes, Lurdes que vou morrer. 

(António Lobo Antunes)





8 comentários:

  1. Olá Ema :D

    Pois, o meu homem não é nada assim (pelo menos até ver) :P

    As melhoras para o teu marido Ema, que dores nos dentes são uma chatice ;)

    Muitos beijinhos :D

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  2. Ahahah é bem verdade! Pelo menos a maioria! :)
    E esse poema do ALA está genial.

    Beijos**

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  3. kkkkkk
    Meu marido tb é assim!!!
    kkkkk

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  4. LOL
    Homens mesmo...
    Parecem uns seres desprotegidos da natureza :D

    Adoro esse poema :D

    Beijinhos grandes minha linda

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  5. O meu nao e assim tanto mas a maioria sao bem piores que os catraios quando estao doentes... Logo vou ler o poema ao meu :) Beijo

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  6. Eheheheh Muito bom Ema!!
    Tenho tenho um desses cá em casa :)
    O meu quando foi a ultima vez ao dentista quis que fosse com ele e fossemos de carro. Só que o dentista fica ai a... 500metros de casa! O meu ganha hã?! :)
    Beijinhos grandes

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  7. ehehe!

    Este teu post está muito cómico :)

    Os homens são valentões para umas coisas, mas para outras são uns meninos... mas eu confesso, sabe bem às vezes ter assim um bebé grande :)

    Beijinho

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